Quando olho para uma criança, vejo a vida plena, pura e cristalina chegando de mansinho e se instaurando. É o novo, a plenitude, o desafio, o encantamento que chega até nós para nos mostrar, nos ensinar, nos desorganizar, quebrar em pedacinhos e, após a reconstrução, vir alguém mais forte, mais lúcido, mais sábio, mais sensível. A criança traz consigo o dom do encantamento, da pureza, da inocência... O olhar de quem acaba de chegar!! Um ser que canta e encanta, brinca, pula, agita, faz bagunça, grita, chora, une, aproxima e ensina o que é amar.
Traz também, além de todos os encantamentos e ensinamentos, "a infância", que é uma fase de descobertas. Ela é o início de tudo e por isso necessita ser bem construída, em bases sólidas e verdadeiras, pois é esta fase que dará sustentação para as próximas que virão pela frente. Todas elas terão sua fundamental importância e imponência na vida humana mas, a infância... ahhh! A infância! Será sempre a primeira e será lembrada por todas as outras fases da vida. É na infância que tudo começa. Os testes, entre erros e acertos, quedas e levantes, quebras e consertos encontramos o nosso jeito de ser e estar no mundo. Não existe certo e errado, o que existe é o nosso "jeitão" de ser, de fazer, diferente do outro, mas perfeito para nós. Este é o jeito certo, é o jeito único de cada ser parecido, mas diferente. E assim, vão se construindo seres humanos lindos, únicos, singulares e diferentes.
Respeito a vida, respeito a infância, respeito a criança, respeito as diferenças é tudo que pedimos, tudo que lutamos e defendemos. A criança que vem para a escola, para esse universo infantil e escolar precisa ter garantido o seu lugar, a sua voz, a sua fala. Quando a criança entra nesse universo escolar ela entra no mundo e sua primeira tarefa é encontrar o seu lugar. Para isso, precisa ter apoio seguro dos pais, da família e da escola que garantirá a sustentação necessária para que ela consiga encontrar esse lugar e construir a sua história de vida.
E esse é o nosso papel dentro do Semeador, servir como ponte segura e firme para que cada criança caminhe e passe por ela com suas próprias pernas e seus ideais.
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