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Sentir para Aprender: A Importância das Experiências Sensoriais na Primeira Infância

  • Foto do escritor: Escola Semeador
    Escola Semeador
  • 12 de set.
  • 2 min de leitura

Você lembra dos banhos de chuva que você tomava quando era criança? Consegue

lembrar e sentir novamente o cheiro da terra molhada, a água fresca de uma chuva de verão? E de como isso ficou marcado em sua memória? 


Crianças deitadas na areia



Pensar na primeira infância é reconhecer a importância de proporcionar às crianças experiências que se transformem em memórias vividas, experimentadas, sentidas e descobertas. Esse período da vida demanda exploração, movimento, sensações e descobertas através do corpo. É preciso que a criança esgote todas as possibilidades de interação com o mundo ao seu redor, pois é através dos sentidos que ela começa a conhecê-lo.


Desde os primeiros dias de vida, a criança aprende a sentir, ouvir, cheirar, ver e provar. Essa capacidade natural de percepção é potencializada quando os adultos de referência acreditam nesse processo de aprendizagem sensorial e constroem contextos ricos para experimentações. Ao promovermos essa interação com o ambiente, estamos estimulando a percepção sensorial e possibilitando um aprendizado mais real, vivo e integral. Aprender não se resume ao conteúdo; trata-se, sobretudo, de vivência, afeto, presença e corpo.





Antes mesmo de aprender a falar, a andar ou a desenhar, a criança já explora e compreende o mundo com o corpo. É através dele que ela observa, testa, experimenta e cria. Os sentidos são a sua principal ferramenta de conhecimento. Onde nós, adultos, muitas vezes não vemos nada, a criança vê possibilidades infinitas, pois seu olhar ainda não foi moldado pelas limitações impostas pela rotina ou pela razão. Ela cria e recria a partir do que sente.


O filósofo George Berkeley já dizia que somos seres sensíveis e que tudo aquilo que não passa pelos sentidos não existe para nós, ou seja, o mundo só pode ser compreendido e apropriado quando é sentido. Se algo não é percebido, notado, tocado ou ouvido, ele simplesmente deixa de fazer parte da nossa realidade.


Diante disso, é inevitável refletirmos sobre quais experiências temos oferecido às nossas crianças. Em um mundo cada vez mais acelerado e tecnológico, estamos muitas vezes substituindo o natural pelo artificial, os estímulos sensoriais reais pelos imagéticos, o tempo de sentir pelo tempo de responder rapidamente. Isso tem nos afastado de experiências que são essenciais para a formação integral da criança.



A infância é esse tempo único em que tudo é novo, onde o mundo se apresenta sem filtros, por meio do tato, do cheiro, do som, do sabor e da visão. Privar as crianças dessa experiência é limitar sua possibilidade de conhecer-se e conhecer o mundo. Por isso, promover vivências sensoriais ricas, respeitando o tempo de cada criança, é garantir uma infância plena, íntegra e verdadeiramente significativa.




Elisangela Schoenell- coordenadora pedagógica

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