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Ensinar Não É Transmitir: É Provocar Experiências

  • Foto do escritor: Escola Semeador
    Escola Semeador
  • há 4 dias
  • 3 min de leitura

Vivemos a era da abundância de informações. Basta um clique para acessar dados, conceitos e teorias das mais diversas áreas do saber. Nesse novo cenário, surge uma pergunta inevitável: qual é, afinal, o papel do educador? Se já não somos mais os detentores exclusivos do conhecimento, o que significa ensinar?

A resposta, embora desafiadora, aponta para um futuro cada vez mais necessário: ensinar não é transmitir — é provocar.


Criança explorando objetos


De um ensino transmissivo a uma educação provocadora


Durante muito tempo, o modelo dominante de ensino se baseou na lógica da transferência. O professor "ensina", o aluno "aprende". Contudo, essa abordagem parte de uma visão estreita da aprendizagem, como se ela fosse uma cópia fiel da fala de quem ensina, impressa na mente de quem ouve.


Grandes nomes da pedagogia já nos alertaram sobre essa armadilha. Paulo Freire, em sua crítica à educação bancária, defendia que:


a aprendizagem só acontece quando o educando se vê como sujeito do processo, e não como mero recipiente de conteúdo.

Jean Piaget, por sua vez, mostrou que:


o conhecimento não é algo que se transmite, mas que se constrói a partir da ação sobre o mundo.



A potência da experiência como método


Quando dizemos que ensinar é provocar experiências, estamos nos referindo a uma prática pedagógica que valoriza o encontro, o espanto, a dúvida, o fazer e o refletir sobre o fazer.


Ambientes educativos que favorecem a escuta, o brincar, o movimento, a investigação e o diálogo são verdadeiras incubadoras de pensamento crítico. Ao invés de antecipar respostas, o educador lança perguntas. Em vez de ditar o caminho, constrói trilhas junto com seus aprendizes.


Essa abordagem não é apenas mais humanizada — é também mais eficaz. Estudos em neurociência cognitiva mostram que aprendemos com mais profundidade quando estamos emocionalmente envolvidos com o conteúdo, quando ele faz sentido na nossa vida e quando somos ativos no processo.


Crianças explorando ferramentas de marcenaria


O educador como designer de experiências


Se o conhecimento não se transmite, mas se constrói, o papel do educador se transforma radicalmente: ele deixa de ser um distribuidor de saberes para tornar-se um curador de possibilidades, um mediador sensível, um provocador de mundos.


Ser educador, neste contexto, é cultivar o invisível. É saber que não é no controle, mas na escuta, que se funda a autoridade. E que o verdadeiro ensino não é o que convence, mas o que transforma.



Como aplicar isso na prática?


Algumas estratégias alinhadas com essa visão:

  • Planejar atividades abertas, com espaço para múltiplas respostas e interpretações;

  • Favorecer projetos interdisciplinares e aprendizagem baseada em problemas;

  • Incentivar o protagonismo das crianças e jovens desde a infância;

  • Valorizar a escuta ativa e os tempos internos do grupo;

  • Abandonar o foco exclusivo em resultados e celebrar o processo.




Conclusão: um novo paradigma educacional


Educar é muito mais do que ensinar conteúdos. É inspirar, provocar, acolher e desafiar. É criar condições para que cada sujeito encontre sentido no aprender — e no viver. Neste século repleto de incertezas e mudanças velozes, a escola que ousa abandonar a transmissão e abraçar a experiência está um passo à frente.


Não se trata de modismo pedagógico. Trata-se de responder, com coragem e criatividade, às exigências de um novo tempo.




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